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O pai e a mãe como especialistas do bebê.



A proliferação atual de informações via mídia e redes sociais tem deixado cada vez mais evidente a importância dos pais na formação psíquica dos filhos, através de cuidados físicos e atenção psicológica “suficientemente boa”, conforme pregou o pediatra e psicanalista Donald Winnicott.

Crescente também é o número de especialistas profissionais que se colocam à disposição dos pais para resolverem dúvidas, questionamentos e ansiedades naturais nessa longa jornada que se inicia com o nascimento de um filho.

O próprio Instituto Pais/Bebês, representado aqui neste texto, muito em breve estará oferecendo a oportunidade de esclarecimentos de todo tipo de dúvida com profissionais especializados na perinatalidade.

Acredita-se que a informação seja algo realmente imprescindível para o desenvolvimento da parentalidade consciente e saudável, além de oferecer a sensação de controle diante de situações desconhecidas, inimaginadas e, às vezes, caóticas.

Muito se fala das questões emocionais envolvidas na gestação e parto (o que é esperado, qual o “melhor” tipo de parto). O puerpério é apresentado como o “terror” principalmente para a mãe, salientando-se o “certo” e o “errado” quando o tema é a amamentação.

Porém, sabe-se que o bebê que nasce nem sempre é o bebê sonhado. Sabe-se que os pais, para se tornarem pais, lançam mão não só das informações objetivas, mas também de toda sua história vivida como filhos, tendo os próprios pais e avós como modelos de identificação ou anti-modelos, consciente ou inconscientemente.

O que este texto quer salientar é que antes de recorrer a terceiros, os pais podem se oportunizar o diálogo e a reflexão conjunta sobre seu filho, seus papéis e suas expectativas mútuas. Podem se dar o direito de acreditar em suas intuições e sentimentos e, principalmente observar e tentar entender as primitivas, mas ativas e esclarecedoras formas de comunicação de seu bebê.

Antes de procurar qualquer pessoa, os pais precisam encontrar o seu estilo de serem pais e se autorizarem a ser os especialistas de seus filhos. Como? São os pais que tem sonhado com ele desde antes da concepção; é com eles que o bebê convive diariamente; eles é que o olham e ouvem e aprendem a interpretar os diferentes tipos de choro.

Tranquilizante é para os pais a sensação de se sentirem competentes no acalmar, alimentar, ninar, fazer sorrir o seu filho. Da mesma forma, é assegurador quando os pais observam os bons resultados de seus esforços, traduzidos no desenvolvimento sadio da criança em termos motores, cognitivos e afetivos. Dedicação e autoconfiança são imprescindíveis. A presença, o interesse e o desejo de compreender a criança são instrumentos facilitadores na relação pais-bebês.

A autoconfiança pode não estar presente de imediato, ou em determinadas situações, mas pesquisas clínicas tem demosnstrado o poder terapêutico da maternidade e paternidade. Os pais, ao se tornarem progressivamente pais, passam a se sentir mais fortes e capazes de enfrentar desafios. A gratificação na relação com o filho é inegável.

Muito importante é que os pais se permitam vivenciar, experimentar, tentar por ensaio e erro, sem se deixarem contaminar por opiniões, teorias ou ideologias. Pedir ajuda e acolhimento é sempre útil, mas naquilo que os pais sentem como necessidade. Contar com os avós do bebê, amigos que já passaram por situações semelhantes pode ser relevante .

Não há vergonha em pedir ajuda, em admitir que se tem momentos de incertezas e ambivalências, mas essa ajuda não precisa ser obrigatória nem imposta. A sintonia do casal nessas situações minimiza as dificuldades em relação às novidades e mudanças do período perinatal.

Em suma, a experiência da maternidade e paternidade pode ser frutífera, terapêutica e produzir bem estar e confiança, amadurecimento de alguns resquícios emocionais infantis. O destaque no parágrafo anterior salienta a ideia de que a parentalidade é uma grande oportunidade de crescimento emocional. Caso o “pode” não aconteça, os profissionais especializados entram em ação, se procurados.

Recomenda-se aproveitar essas pessoas dispostas a ajudar os pais no desempenho de seus papéis, tão logo os pais sintam necessidade premente, quando há ansiedade exacerbada ou, quando se dão conta que estão repetindo padrões históricos de relacionamento, inadequados ou causadores de sofrimento para a família.

Por fim, vale lembrar que o relacionamento pais-bebês não tem regras; ele é sempre único e depende de cada elemento envolvido (casal, pai, mãe e bebê).


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