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Parentalidade e Educação: desafios na contemporaneidade!

  • Lydiane Soares
  • 19 de jun. de 2017
  • 2 min de leitura

O contexto familiar é uma estrutura importante no desenvolvimento psíquico da criança, os pais exercem a função socializadora através da transmissão de valores, hábitos e regras, assim como, estão implicados na construção identitária da criança através das formas de relação que se estabelecem na família.


As funções parentais são desempenhadas conforme a história individual e as vivências infantis de cada um dos pais, cada configuração familiar possui uma dinâmica própria, com formas de atuar e compreender o mundo que afetam a criança e a sua constituição enquanto sujeito. A família, por sua vez, também se constitui por influências mais amplas, como a realidade do meio social em que está inserida e as transformações que ocorrem na sociedade ao longo do tempo.


A sociedade contemporânea, na busca por relações mais igualitárias, contribui para a reflexão sobre os modos de educação até então vigentes e promove a abertura para novas possibilidades de experimentar as relações parentais, pautadas principalmente nos valores de liberdade e democracia.


Percebe-se, assim, que práticas educativas baseadas na hierarquia e autoridade, passam atualmente a ser amplamente questionadas e combatidas. Surgem, então, os discursos especializados em como os pais devem educar os seus filhos, os quais propõem uma educação menos rígida, com a participação mais ativa da criança nas escolhas familiares, pautada no diálogo e no respeito às diferenças e necessidades de cada membro da família.


De certa forma, as novas teorias de educação igualitária exercem um papel importante emquestionar padrões educativos obsoletos e contribuir para uma relação mais próxima e dialógica com a criança. Contudo, a falta de referencias educativas anteriores e o surgimento de um ideal de educação mais democrático, desperta insegurança e dúvidas sobre as funções parentais, pois muitas vezes, as novas demandas sociais não são problematizadas, mas assimiladas de forma indiscriminada pelos pais. Nesse novo cenário, é comum os pais sentirem dificuldades em decidir criteriosamente quando os limites são necessários e perceberem quando as novas ideias não fazem sentido dentro de suas vivências.


Entende-se que a delimitação dos lugares numa família é tarefa importante dos pais e quando desempenham as suas funções com segurança, propiciam à criança um processo de crescimento saudável, onde experimentar limites à torna capaz de lidar com a frustração. Além disso, a experiência da autoridade, quando vivenciada de forma equilibrada e consciente, transmite à criança regras claras e consistentes que proporcionam conforto e segurança.


No entanto, a família contemporâneaencontra-se muitas vezes confusa quanto aos seus próprios limites e funções. O saber natural e a espontaneidade em educar os filhos tornaram-se secundários diante dos saberes especializados que passaram a ser introjetados sem distinção pelas famílias.


É importante destacar que o problema não se encontra nas novas teorias e ideais educativos em si, mas no modo como os pais escutam e se relacionam com esses discursos. Cabe aos pais encontrar meios de manejar uma educação mais participativa e compreensiva, ao mesmo tempo que preservam as relações hierárquicas no meio familiar, sem confundir afeto com ausência de limites e firmeza.


Assim, torna-se um desafio para os pais lidar com as demandas da sociedade contemporânea de forma discriminada e equilibrada, bem como, compreenderem de que forma suas histórias infantis e conflitos inconscientes podem dificultar a apropriação dos seus lugares de autoridades em nome de um ideal de educação.


 
 
 

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